- Children's Society divulga Relatório da Boa Infância
26/03/2009
Nos últimos 30 anos, o mundo assistiu ao aumento alarmente do consumismo na infância e já existem diversos estudos que relacionam esse fato ao forte apelo comercial voltado a crianças de até 12 anos de idade. A publicidade veiculada em meios de comunicação, os produtos e serviços associados a personagens famosos, os brindes, os jogos e as embalagens chamativas são os que mais influenciam esse público nas práticas de consumo. Em fevereiro de 2009, mais uma pesquisa aponta para esse fenômeno, desta vez conduzida pela organização não-governamental inglesa Children’s Society e publicada no recém-lançado livro The Good Childhood Inquery (O Relatório da Boa Infância).
Embora os resultados tenham sido divulgados no fim de fevereiro deste ano, a pesquisa teve início em 2007 e abordou aspectos ligados a saúde mental, vida familiar, amizades, ensino e estilo de vida de crianças e adolescentes, com o objetivo de identificar os principais pontos para a garantia de uma boa infância. Especialistas que conduziram o estudo concordam em um aspecto: quanto mais nova é a criança, mais vulnerável ela fica em relação às pressões consumistas. Dessa forma, uma das recomendações da publicação é banir a publicidade dirigida às crianças até os doze anos.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, uma das coordenadoras do Relatório da Boa Infância, a professora do Instituto de Psiquiatria de Londres Judith Dunn afirmou que as crianças são induzidas por aquilo que vêem em publicidades de TV. Ela também chamou a atenção para os impactos negativos do avanço da tecnologia com o surgimento do “cyberbullying”. Cada vez mais fica claro que o fim do consumismo infantil depende de um esforço global, que envolva políticas públicas, responsabilidade empresarial e cidadania.
Conheça algumas recomendações da pesquisa Good Childhood para:
O Estado:
Oferecer serviços de melhor qualidade para quem quiser ter filhos;
Avaliar a saúde mental de crianças sob custódia e sob cuidados do Estado;
Elevar a remuneração de todas as pessoas que trabalham com crianças, incluindo professores e assistentes sociais;
Iniciar uma grande campanha para convencer empregadores a contratar jovens aprendizes;
Construir um centro para a juventude de alta qualidade;
Banir a publicidade destinada a crianças menores de 12 anos;
Banir a publicidade de álcool e alimentos não-saudáveis na televisão antes das 21h.
A Mídia:
Repensar o volume de violência divulgado nos meios de comunicação, assim como a imagem do jovem, que é transmitida de forma negativa, como se fosse uma ameaça à estabilidade social.
Os Anunciantes:
Parar de estimular a sexualidade precoce, o elevado consumo de álcool e excessos na alimentação.
A Sociedade:
Assumir uma postura mais positiva relacionada às crianças, abraçando-as no contexto social e auxiliando-as.
Os Pais:
Assumir um compromisso de longo prazo um com o outro;
Estar plenamente cientes a respeito do que envolve a decisão de ter um filho;
Amar seus filhos e estabelecer limites para eles;
Ajudar os filhos a desenvolver qualidades de espírito.
Os Professores:
Ajudar as crianças a desenvolver personalidades felizes e amigáveis;
Basear a disciplina no respeito mútuo;
Eliminar a violência física e psicológica das escolas;
Tornar a educação pessoal, social e de saúde imprescindível;
Apresentar aulas de educação sexual e de relacionamentos como parte da educação emocional e social das crianças, e não apenas como parte da disciplina de Biologia;
Elaborar novas avaliações de bem-estar emocional e bom comportamento.
Conheça o site do Children’s Society
www.childrenssociety.org.uk/default.asp
Leia a matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo
www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=5956&origem=23
postado por Bruno...seguindo o contexto....
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