sábado, 10 de abril de 2010

Verdades ocultas sobre a nossa comida

Verdades ocultas sobre a nossa comida

A “revolução verde” baseada no aumento da produtividade de poucos cultivos, na uniformização dos campos com sementes hibrida, na mecanização e uso intensivo de agrotóxicos, produz maior volume de comida, porém com menos variedade, e que alimenta cada vez menos. A afirmação é de Silvia Ribeiro, pesquisadora do Grupo ETC em artigo publicado pelo La Jornada, 15-08-09. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Muita gente não sabe que o aumento da produção através da variedade de cultivos de alto rendimento (sementes melhoradas ou híbridas) traz consigo a diminuição de nutrientes, vitaminas e proteínas nos alimentos produzidos. É um efeito conhecido faz décadas por agrônomos e pesquisadores agrícolas, chamado “efeito diluição”. O aumento drástico da produtividade dos cultivos por hectare baseado em sementes híbridas, o uso de fertilizantes sintéticos e a irrigação eleva o volume de matéria colhida, mas é menos nutritiva, principalmente porque a mesma quantidade de nutrientes se dilui em maior quantidade de folhas, grãos e frutos.

Um artigo recente de Donald R. Davis (Declining fruit and vegetable composition. What´s the evidence?, HortScience, vol. 44/1, febrero 2009) analisa vários estudos anteriores sobre o tema. Conclui que tanto no caso dos grãos como no de hortaliças e frutas se registra uma diminuição de nutrientes proporcional ao aumento de produção por hectare. No caso de hortaliças, há diminuição de cálcio e cobre de 17 até 80 por cento, outros nutrientes também diminuem como o ferro, o manganês, zinco e potássio. Um estudo de 2004 que mediu a quantidade de proteínas e cinco vitaminas (A, C e três do complexo B) em 43 hortaliças encontrou diminuição também desses elementos: até 6% em proteínas e de 15 a 38 por cento para três das 5 vitaminas estudadas. Outras análises sobre milho e trigo confirmam a mesma tendência.

Em sua revisão, Davis concluiu que como a seleção de laboratório para produzir híbridos se baseia em aumentar o volume de grãos, frutas e folhas, compostos concentrados de carboidratos, não se leva em conta que este aumento focalizado implica na diluição de “dezenas de outros nutrientes e fitoquímicos”. Não é um fator desprezível: A Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) denomina esta crescente falta de micronutrientes nos alimentos de “fome oculta”. Segundo este organismo, milhares de pessoas sofrem de deficiência de ferro, fator associado nos países pobres a 20 por cento dos casos de morte durante a gravidez e a maternidade. Também nesses países um de cada três menores de cinco anos sofre retardo de crescimento por falta de micronutrientes, e 40 milhões de pessoas sofrem de problemas de visão ou cegueira por falta de vitamina A, entre outros exemplos. Por outro lado, milhares de pessoas consomem muitas calorias e são obesas.

A “revolução verde” baseada no aumento da produtividade de poucos cultivos, na uniformização dos campos com sementes hibrida, na mecanização e uso intensivo de agrotóxicos, produz maior volume de comida, porém com menos variedade, e que alimenta cada vez menos. Ao mesmo tempo favorece a concentração do comércio agroalimentar em a uma vintena de corporações transnacionais que monopolizam desde as sementes e ao agrotóxicos até a distribuição e processamento dos alimentos.

Além de serem menos nutrientes, esses alimentos contem cada vez maior quantidade de resíduos agrotóxicos e químicos, devido a sua industrialização e empacotamento. São um gerador “silencioso”, mas contínuo e onipresente de doenças que vão desde o aumento significativo de alergias, a efeitos mais graves como problemas neurológicos, malformações de nascimento, debilitação da imunidade, infertilidade e câncer. Ao mesmo tempo, os agrotóxicos e fertilizantes sintéticos destroem os solos e contaminam as águas.

O ápice desse processo doentio são os cultivos transgênicos. Além de basearem-se em híbridos - introdução de material de vírus genético, bactérias e espécies que nunca se cruzariam na natureza -, são resistentes a vários agrotóxicos, e que por sua aplicação massiva deixam resíduos desses venenos até 200 vezes maiores que seus similares convencionais também cultivados com químicos. Aos efeitos dos agrotóxicos, os transgênicos somam novos impactos pela manipulação a que são submetidos. Por isso, a Associação Americana de Medicina Ambiental se pronunciou em maio de 2009, orientando aos seus membros, pacientes e público em geral que evitem o consumo de transgênicos.

Tendo presente esta realidade, muitos governos e organismos internacionais fazem eco ao discurso das transnacionais dos agronegócios e nos dizem que é preciso maior volume de alimentos com mais agricultura industrial e transgênica para “resolver” a fome no mundo, ou seja, comer mal, mas comer alguma coisa. Entretanto, isso também não acontece. Ainda que se produzam maiores quantidades de alimentos, paralelamente aumenta o numero de famintos e desnutridos. Maior quantidade não significa que necessariamente chegará aos que necessitam. Pelo contrário, devido ao fato de que os alimentos se transformam cada vez mais em mercadorias nas mãos das empresas, cada vez mais se têm pobres e famintos que não podem comprá-los.

A solução real está justamente no contrário: que a produção de alimentos seja local e diversificada sob controle dos camponeses e agricultores de pequena escala que usam sementes locais e oferecem alimentos sãos e nutritivos, possibilitando não apenas o alimento de suas famílias e comunidades (a metade da população mundial), mas também para a maior parte dos alimentos consumidos dentro de seus países. Ao não cegarem-se com a produtividade de apenas um cultivo e não usarem agrotóxicos estão favorecendo a colheita de muitas outras variedades, fonte de muitos outros nutrientes.

Para ler mais no site do IHU On-Line


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