quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Reciclagem de óleo de cozinha

Muitas donas de casa ficam sem saber o que fazer com o óleo de cozinha usado na fritura. Prá Dona Sônia não tem drama: ela coloca num vidro e vai até a garagem do prédio onde mora entregar pro zelador José Manoel da Cruz:

“As empregadas jogavam tudo dentro das pias, entupiam tudo e só sobrava para mim. Agora, de um tempo para cá, acabou o problema. Eu acho importante, uma, porque protege o meio ambiente porque vai poluindo os rios, acabando com tudo".

O “Seo” Zé, zelador do prédio há 24 anos, armazena o óleo de cozinha com gosto. Além de não ficar maluco com as pias entupidas, ganha 25 centavos por cada litro de óleo guardado.

A outra tarefa do “Seo” Zé é entregar a bombona de óleo pro motorista da ONG Trevo, que vai dar um destino ambientalmente adequado pro resíduo. Mas antes de saber o que acontece com o óleo, veja como a Sociedade de Amigos e Moradores de Cerqueira César, bairro paulistano onde encontramos a dona Sônia, conseguiu mobilizar a comunidade para a reciclagem.


“O projeto inicialmente era para essa região. E aí começamos a entregar esse folheto de porta em porta, condomínio em condomínio, entregamos a cada um este folheto, dizendo para não colocar mais na pia, se pode separar porque alguém virá retirar, vai comprar esse óleo do condomínio e levar para reciclagem. Aqui no bairro tem mais de quatrocentos condomínios que implantaram os containeres e que fazem a separação diária"- conta Célia Marcondes/presidente da Samorcc.

O óleo separado pela Dona Sônia e guardado pelo seu Zé se junta ao recolhido em muitos outros pontos do estado de São Paulo, soma 300 toneladas por mês e chega a este galpão na zona leste da capital, onde funciona a ONG Trevo, ex empresa familiar que trabalhava com reciclagem de óleo desde 92.


O óleo de cozinha, gordura vegetal e margarina vencida passam por um tratamento pra diminuir a acidez. Os restos de comida que ficam junto com o óleo são separados e destinados à aterros. O óleo é vendido para indústrias de sabão - que fazem barras como estas - e de biocombustíveis.

“Cada família gera um litro de óleo por mês, em média, então você calcula quantos litros de óleo são jogados nos mares e rios" - diz Roberto Costacoi, Presidente da ONG Trevo.


Cada litro de óleo utilizado para as frituras pode vir a contaminar 20 mil litros de água potável se ele for jogado nos rios sem nenhum tipo de tratamento. A informação é da Sabesp, a companhia de abastecimento do estado de São Paulo. Além da ONG Trevo mais cinco empresas aqui do estado de São Paulo fazem um trabalho semelhante, mostrando que conservação ambiental pode render bons negócios.

ONG Trevo
site: www.trevo.org.br

Um comentário:

Anônimo disse...

eu vi em outro site que não pode ser feito sabão caseio com o oleo de cozinha pq da mesma forma ele polui os rios formando crostas, isso é mesmo verdade?
Nádia, Pouso Alegre Minas Gerais